A IDENTIFICAÇÃO DOS ESTADOS SOCIAIS CÍCLICOS
Por Luzia de Resende Mendes
aluna de graduação em Licenciatura Plena em Teatro pela UNB
Resumo
O artigo propõe um olhar sobre qual o papel do educador na mudança dos paradigmas
sociais que mantém fora da escola as pessoas menos favorecidas, presas em um
círculo vicioso de vida, como o representado no curta “Vida Maria”.
Palavras-chaves: Paradigma . educação . aprendizagem . transformação
social.
Abstract
The article offers a look at the role of the educator in the changing
social paradigms that keeps out of school less fortunate people, trapped in a
vicious circle of life, as depicted in the short film "Life Mary."
Keywords: Paradigm. education. learning.
social transformation.
A escola e as teorias de ensino, bem como os parâmetros curriculares,
sugerem mudanças que os paradigmas incrustados na educação não conseguem
alcançar. Os programas sociais também não alcançam uma dimensão mais profunda
que está na cultura e na tradição do contexto social onde as pessoas estão
inseridas. Mudar normas em teoria, no papel e os estudos teóricos sobre novos
processos educacionais, propor projetos verticalizados de transformação social,
não significam, necessariamente, uma mudança comportamental na vivência das
pessoas ou da prática da sala de aula. Uma longa distância precisa ser
percorrida para transformarmos nossos modelos arcaicos de relação entre o
ensino, o social, a economia e a aprendizagem.
O curta de animação “Vida Maria” de Márcio Ramos, mostra de forma poética
e crua a realidade dos lugares mais ermos do sertão brasileiro, onde existe um
modo de vida circular e repetitivo, que impede a quebra de paradigmas. É uma
repetição de longos anos. Mostra qual é o papel ocupado pelas meninas nas
ocupações domesticas e que a educação passa muito longe de cumprir seu papel na
vida dessas pessoas. É sonho impedido pela conjuntura social e cultural. É a
necessidade, a minimização da importância do saber ditando as regras e mantendo
ano após ano as pessoas num mesmo patamar.
Pensar educação nos dias de hoje requer a consciência de que são vários
os fatores e os saberes que estão no entorno do ensino. A cultura, entendendo
cultura como todo o conhecimento que o indivíduo carrega em si como resultante
do meio e dos acessos a que está exposto, vai ser um fator importantíssimo para
realizar uma educação que provoque o desenvolvimento humano do aluno.
A necessidade de contextualização, que é fortemente defendida por
algumas das principais correntes da educação contemporânea, é também uma das
grandes – e talvez principais – bandeiras da antropologia. Sem contextualização
não há possibilidade de compreensão dos processos sociais, e sem essa compreensão
não há possibilidade de se atingir uma comunicação democrática e produtiva
entre as diferentes culturas. (Richter, 2007: 86). (Hartmann e Ferreira, p 10)
Esse tecido cultural e social que
permeia o ensino e a aprendizagem do aluno precisa ser respeitado. Precisamos
saber criar uma maneira democrática de transmitir o conhecimento que foi nos confiado
a repassar, buscando uma comunicação que não agrida esses conhecimentos prévios,
respeite a cultura, mas que provoque mudanças de paradigmas, permitindo a todos
mais do que “desenhar” o próprio nome.
REFERÊNCIAS
HARTMANN,
Luciana; FERREIRA, Taís - Módulo 16:História da Arte-Educação 2
- Brasília: LGE Editora, 2009.
RAMOS, Marcio - Vida
Maria - https://www.youtube.com/watch?v=AycSZMvAL9Y > Acesso: 07 de julho de 2013.