quarta-feira, 21 de março de 2012

PAZ, NÃO GUERRA! PORTINARI EMBAIXADOR DA PAZ



Uma tarde chuvosa, na cidade de São Paulo, que estava cinzenta e fria. Interior do Memorial da América Latina, calor concentrado em arte, pessoas e uma emoção de suspender o fôlego!!! Assim está a montagem da exposição Guerra e Paz, uma oportunidade única de ver os dois gigantes painéis de Cândido Portinari que ficam guardados no prédio da ONU em Nova York.
Os dois quadros gigantes ficam quase de frente um para o outro e uma grande tela de projeção fica entre eles, formando um semicírculo. Começa a apresentação! A voz serena de Carlos Drummod de Andrade invade a sala recitando o poema de sua autoria “A Mão”, onde homenageia com sua forma brilhante e peculiar o também brilhante pintor, enquanto imagens de suas obras, sua vida e trajetória são mostradas ao público.
Em seguida a voz de Milton Nascimento ressoa poderosa e vai, através do texto de Fernando Brant, descrevendo as cenas impressas à tinta nos painéis. Começa pela Guerra. Os quatro cavalos e as feras são a personificação do mal enquanto o povo sofrido pede clemência e a mãe carrega o corpo morto do filho. É a guerra sem glória, a guerra vista pela dor.
A Paz, ao contrário, traz a pureza das crianças nos balanços, dos coros de mulheres, da festa popular. Os cavalos carregam noivas e fazem o boi-bumbá. As cores são claras e alegres em oposição à predominância de azuis escuros e vermelhos da Guerra.
As imagens são destacadas pela luz nos próprios painéis e na tela central os esboços das obras se pigmentam até chegar ao original. É como se Portinari estivesse desenhando e pintando ao vivo, em nossa presença.
Ao final, uma salva de palmas!! Está estabelecida a paz em nossos espíritos. Estão salvas as crianças. Está salva a Nação! Portinari, já proibido de pintar pelos médicos, pois estava sendo envenenado pelas tintas, nos redimiu em Paz!