segunda-feira, 8 de julho de 2013


MUDANÇAS DE PARADIGMAS:
A IDENTIFICAÇÃO DOS ESTADOS SOCIAIS CÍCLICOS

Por Luzia de Resende Mendes
aluna de graduação em Licenciatura Plena em Teatro pela UNB 



Resumo

O artigo propõe um olhar sobre qual o papel do educador na mudança dos paradigmas sociais que mantém fora da escola as pessoas menos favorecidas, presas em um círculo vicioso de vida, como o representado no curta “Vida Maria”.  

Palavras-chaves: Paradigma . educação . aprendizagem . transformação social.


Abstract

The article offers a look at the role of the educator in the changing social paradigms that keeps out of school less fortunate people, trapped in a vicious circle of life, as depicted in the short film "Life Mary."

Keywords: Paradigm. education. learning. social transformation.
  
A escola e as teorias de ensino, bem como os parâmetros curriculares, sugerem mudanças que os paradigmas incrustados na educação não conseguem alcançar. Os programas sociais também não alcançam uma dimensão mais profunda que está na cultura e na tradição do contexto social onde as pessoas estão inseridas. Mudar normas em teoria, no papel e os estudos teóricos sobre novos processos educacionais, propor projetos verticalizados de transformação social, não significam, necessariamente, uma mudança comportamental na vivência das pessoas ou da prática da sala de aula. Uma longa distância precisa ser percorrida para transformarmos nossos modelos arcaicos de relação entre o ensino, o social, a economia e a aprendizagem.
O curta de animação “Vida Maria” de Márcio Ramos, mostra de forma poética e crua a realidade dos lugares mais ermos do sertão brasileiro, onde existe um modo de vida circular e repetitivo, que impede a quebra de paradigmas. É uma repetição de longos anos. Mostra qual é o papel ocupado pelas meninas nas ocupações domesticas e que a educação passa muito longe de cumprir seu papel na vida dessas pessoas. É sonho impedido pela conjuntura social e cultural. É a necessidade, a minimização da importância do saber ditando as regras e mantendo ano após ano as pessoas num mesmo patamar.

Pensar educação nos dias de hoje requer a consciência de que são vários os fatores e os saberes que estão no entorno do ensino. A cultura, entendendo cultura como todo o conhecimento que o indivíduo carrega em si como resultante do meio e dos acessos a que está exposto, vai ser um fator importantíssimo para realizar uma educação que provoque o desenvolvimento humano do aluno.

A necessidade de contextualização, que é fortemen­te defendida por algumas das principais correntes da educação contemporânea, é também uma das gran­des – e talvez principais – bandeiras da antropologia. Sem contextualização não há possibilidade de compreensão dos processos sociais, e sem essa compre­ensão não há possibilidade de se atingir uma comu­nicação democrática e produtiva entre as diferentes culturas. (Richter, 2007: 86). (Hartmann e Ferreira, p 10)

Esse tecido cultural e social que permeia o ensino e a aprendizagem do aluno precisa ser respeitado. Precisamos saber criar uma maneira democrática de transmitir o conhecimento que foi nos confiado a repassar, buscando uma comunicação que não agrida esses conhecimentos prévios, respeite a cultura, mas que provoque mudanças de paradigmas, permitindo a todos mais do que “desenhar” o próprio nome.

REFERÊNCIAS

HARTMANN, Luciana; FERREIRA, Taís - Módulo 16:História da Arte-Educação 2 - Brasília: LGE Editora, 2009.


RAMOS, Marcio - Vida Maria - https://www.youtube.com/watch?v=AycSZMvAL9Y > Acesso: 07 de julho de 2013.


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